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A CIDADE
Os Primeiros Habitantes
Darcy Ribeiro em expedições realizadas entre 1949 e 1954, atestou a existência dos Urubu-Kaapor, do tronco Tupi, no noroeste do Maranhão e sudeste do Pará. Os estudos incluíram ainda os timbiras, guajajaras, tembés, guarás, canelas. Os estudos de Darcy Ribeiro se deram ao longo dos rios Gurupi e Pindaré. Quanto à região dos Cocais não parecem ter permancido aqui muito tempo, mas pelo menos por essa região passaram temporariamente, em fuga dos massacres sofridos na época.
Urubu, o Primeiro Nome
O município, ao longo de sua História recebeu vários nomes: Urubu, Porto dos Urubus, Monte Alegre e finalmente Timbiras.
Urubu era uma povoação à margem direita do rio Itapecuru, pertencente ao município de Codó, onde antigamente havia uma aldeia de índios. Segundo consta, o nome se justificava pela grande presença dessa ave no local, mais especificamente no povoado Sardinha, a dois quilômetros de onde hoje é a sede. No entanto, parece ser mais lógico crer que o nome deriva da presença da tribo de índios do mesmo nome, os urubus.
O local passou a ser ponto de referência para os viajantes que por ali passavam navegando pelo Itapecuru, motivo pelo qual recebeu o nome de “Porto dos Urubus”. Depois de alguns anos chegaram à região as primeiras famílias descendentes de portugueses e italianos, chefiados pelo Senhor Têta de Araújo, que conservaram o nome Urubu para a localidade.
Ali se estabeleceu a freguesia de Santa Rita dos Urubus, através da Lei Provincial nº 13, art. 1º, § 2°, de 8 de maio de 1835. Mas segundo o historiador Ribeiro do Amaral, a Comarca e a vila de Santa Rita dos Urubus foram criadas na mesma data, em 1836.
As terras onde hoje se localiza a sede do município eram habitadas por índios timbiras. Os moradores de Porto dos Urubus se mudaram para este local por causa das enchentes do Itapecuru que inundavam constantemente o povoado original. Porto dos Urubus, que apesar de tudo facilitava a penetração para o interior, continuou tendo a sua importância e passou a ser chamado por seu primeiro nome, o do povoado extinto, Sardinha.
Em 1836, foi criada a sede da Comarca de Urubu e dois anos depois, por influência do ex-regente do Império Bráulio Muniz, foi transferida a sede da Comarca para a vila de Codó. A transferência foi determinada pela Lei Provincial nº 68, de 21 de julho de 1838. Com essa ação a comarca foi elevada à categoria de vila. Mas com a mudança da sede da comarca, a vila entrou em decadência.
Monte Alegre
Em 1900 chegaram à região e aí fixaram residência alguns frares capuchinhos e franciscanos, que trocaram a denominação do local para Monte Alegre, em 1920, dizendo não haver mais nenhuma razão para a adoção do nome Urubu, que achavam pejorativo.
Desmembramento e Redução da Vila
O território passou oficialmente à condição de Vila Monte Alegre quando foi desmembrado do município de Codó e de reduzida parte do município de Coroatá através do Decreto-Lei estadual nº 921 de 5 de abril de 1928, por determinação do então Interventor do Maranhão, Urbano Santos da Costa Araújo.
Primeira Decadência da Vila
Em 22 de abril de 1831, através do Decreto-Lei nº 75, Urbano Santos, ainda na condição de Interventor do Maranhão, alegando que o município criado não possuía rendimento à altura exigida para permanecer autônomo, voltou a submetê-lo à subordinação de Codó.
Autonomia do Povoado Monte Alegre
A partir de 1918 com o aumento da população, o desenvolvimento do comércio e o crescimento da produção agrícola, sentiu-se a necessidade da autonomia do povoado.
O processo de emancipação teve início através do Projeto nº 40, do Congresso do estado do Maranhão, publicado no Diário Oficial nº 70, de 27 de março de 1920. A Lei nº 921, de 5 de abril de 1920, sancionada por Urbano Santos, já na condição de Presidente do estado do Maranhão, elevou à categoria de vila a povoação Monte Alegre e à de município a zona ocupada pelo 6º Distrito Policial de Codó. A lei definiu ainda os limites do novo município.
Monte Alegre e a União dos Partidos Políticos
Quando Monte Alegre foi impedido de ser município,de acordo com o decreto acima citado, existiam na localidade dois partidos políticos: o Magalhenista, do governo, e o Republicano,de oposição. Os magalhenistas eram liderados pelo Coronel Benedito Brandão Melo e Alvim, enquanto os republicanos tinham como líder o Sr. Francisco Jocker Ribeiro. Pelo interesse comum, os dois se uniram para juntos aos poderes públicos lutarem pela restauração da autonomia do município, o que acabaram conseguindo quando da promulgação do Decreto-Lei nº 144, de 27 de julho de 1931.
Segunda Decadência de Monte Alegre
Com a restauração do município, foi nomeado interventor municipal o Sr. Benedito Brandão de Melo e Alvim, que pouco governou, sendo exonerado do cargo em 1933. Em 16 de julho daquele ano o Decreto-Lei nº 539 suprimiu de novo a qualidade de município de Monte Alegre. Veio então nova luta política pela autonomia, que enfim obete êxito através da Lei nº 837, de 3 de julho de 1935.
Timbiras, o Novo Nome do Município
Com as mudanças da situação política da localidade, a luta pela criação do município de Monte Alegre logrou mais uma vitória: a elevação à categoria de cidade através do Decreto-Lei nº 45, de 29 de março de 1938.
Acreditava-se que a localidade fora habitada inicialmente pela tribo dos timbiras, ou que, na menor das hipóteses, essa tribo acampara algum tempo no local. Essa lembrança inspirou a ideia de mudar-se mais uma vez e em definitivo o nome do município. O Decreto-Lei nº 820, de 30 de dezembro de 1943 determinou que Timbiras fosse a partir de então o nome do município.
A palavra Timbira, segundo Curt Nimuendaju, o etnólogo pioneiro no estudo desses povos, diz que se for de origem tupi, a palavra pode significar “os amarrados” (tin = amarrar, pi’ra = passivo), uma referência às inúmeras fitas de palha ou faixas trançadas em algodão que usam sobre o corpo: na testa, no pescoço, nos braços, nos pulsos, abaixo dos joelhos, nos tornozelos. Os índios Kaapor discriminavam os Timbira chamando-os pejorativamente de “comedores de cobra”. Segundo o Dicionário Tupi-Guarani o topónimo Timbira significa: o amarrado; o escravo.
Política
Administradores Municipais
1920 – 1921: Coronel Idelfonso Moreira dos Santos
1921 – 1922: Olympio Palhano
1922 – 1924: Manoel Burgos da Cruz
1924 – 1927: Paulo Soares
1927 – 1930: Pedro Mesquita
1930 – 1931: Coronel Miguel Ewerton Mesquita
1931 – 1932: Capitão Manoel Machado
1932 – 1933: Major Benedito Brandão de Melo e Alvim
1933 – 1934: Coronel Manoel Machado
1934 – 1935: Custódio Bogéa
1935 – 1935: Coronel Benedito Brandão de Melo e Alvim
1935 – 1936: José Martins Carneiro
1936 – 1936: Ariosvaldo Guimarães Gayoso
1936 – 1936: Valdemar Labre de Lemos
1936 – 1936: Antenor Bogéa
1936 – 1937: Raimundo Rodrigues de Mota Andrade
1937 – 1942: Catulo Bogéa de Melo e Alvim
1942 – 1943: Manoel Sousa Ribeiro
1944 – 1945: Abimael Esser Bezerra Ribeiro
1945 – 1946: Ricardo Pereira Nunes
1946 – 1946: Antônio Isaías Pereira
1947 – 1951: Antôno Rivas Ribeiro
1952 – 1953: Juiz Pedro Paulo Cavalcante
1954 – 1955: Lauro Pereira da Silva
1955 – 1955: Silvestre Freitas de Arruda
1955 – 1956: Lauro Pereira da Silva
1956 – 1956: Antônio Isaías Pereira
1956 – 1956: Raimundo Martins Carneiro
1957 – 1957: Antônio Rivas Ribeiro
1957 – 1960: Catulo Bogéa de Melo e Alvim
1961 – 1965: Lauro Pereira da Silva
1966 – 1969: Victoriano Abdalla
1970 – 1972: Robson de Jesus França
1973 – 1976: Victoriano Abdalla
1977 – 1982: José Maria Frazão de Melo e Alvim
1983 – 1988: Victoriano Abdalla
1989 – 1992: Francisco das Chagas Rodrigues
1993 – 1996: Francisco de Sousa Araújo (Chico do Foto)
1997 – 2000: Robson Antônio de Melo Alvim França
2001 – 2002: Robson Antônio de Melo Alvim França
2002 – 2002: Wilson Gonçalves Vieira (interino)
2002 – 2004: Robson Antonio de Melo Alvin França
2005 – 2008: Dirce Maria Coelho Xavier
2009 – 2012: Raimundo Nonato da Silva Pessoa
2012 – 2012: Eduardo Luz e Silva Neto (Vice)*
2013 – 2016: Carlos Fabrízio Sousa Araújo
2017-2020: Antonio Borba Lima
2021-2024: Antonio Borba Lima
No período de 5 a 10 de Dezembro de 2012, Eduardo Luz e Raimundo Nonato Pessoa alternaram-se à frente da Prefeitura Municipal por determinação da justiça.
Hino de Timbiras – MA
Letra: Maria da Graça Gomes Fernandes
Melodia: Sebastião Lemos
Deslumbraram-se os nativos
Em um céu estrelado,
Deram vida a Timbiras
Sobre um manto azulado.
Tuas matas são riquezas,
Tuas palmeiras formosura.
Os “Timbiras” descobriram
Dos teus filhos a doçura.
Timbiras, Timbiras,
Terra de palmeirais,
Beleza sem fim,
Jamais vista igual
Babaçu é o teu produto,
Progresso e tradição.
A palmeira te enfeita
E embeleza o Maranhão.
O Itapecuru te fertiliza,
Abastece a população,
Dá alimento para o povo
E é centro de atração.
Timbiras nosso empenho
É ver-te respeitada,
Ativa no progresso,
Avante na caminhada.
Por ti lutaremos
Em qualquer emboscada.
Por ti morreremos,
Timbiras, terra amada.